Custo fixo e variável: veja casos em que pode ser discutível classificar um custo entre fixo e variável.
Apesar de a regra ser clara, na hora de classificar um custo entre fixo e variável alguns deles podem gerar uma certa polêmica. Saiba como classificar os custos da sua empresa da maneira correta.
Estoques
As compras realizadas para fins de estoque são custos fixos, custos variáveis ou investimentos?
Produtos acumulados nas prateleiras podem ser comparados a uma pilha de dinheiro estocada.
Afinal de contas a empresa desembolsou uma quantia para comprar os estoques que possui.
Se o estoque é comprado especificamente conforme as vendas, pode ser considerado um custo variável.
Estoque de materiais de expediente que acontecem com uma frequência regular, podem ser considerados como custo fixo.
Aproveitar uma negociação de compra e adquirir um estoque maior do que o necessário, pode ser considerado como investimento da parte que foi a mais.
O estoque é necessário para que as vendas ou a produção aconteçam. Sem ele não haverá faturamento.
É necessário um bom controle de estoques mínimos e máximos e de giro de estoque para que os gastos com estocagem se tornem um investimento.
Ao adotar boas práticas de controle de estoque, a empresa pode identificar momentos para investir em produtos que trarão bons resultados.
Energia elétrica
Ao abrir um negócio é necessário energia para suprir as necessidades de iluminação e todos os equipamentos que serão utilizados.
Veja só, a empresa ainda nem está operando e o custo com energia elétrica já existe. Nesse caso, vendendo ou não vendendo, existe um custo.
Pensando dessa maneira, a energia elétrica é um custo fixo. Mas e se as vendas influenciarem no consumo de energia?
E se cada produto vendido precisar passar por um equipamento que demanda um gasto de energia?
Nesse caso, quanto mais vender, mais consumo haverá e, aí, a energia elétrica torna-se um custo variável.
E se existir ambas as situações? A empresa tem um ponto de iluminação que não é influenciado pelas vendas, mas também tem um equipamento que demanda uso de energia para que as vendas aconteçam.
Nesse caso, pode-se usar um conceito chamado de “rateio”, onde você pode identificar o percentual de gastos em cada utilização da energia elétrica.
Exemplo: a conta de energia apenas para iluminar o ambiente é de R$ 100,00. Mas, quando se usa o equipamento para atender as vendas realizadas a conta de energia passa a ser R$ 500,00.
Solução:
Ao aplicar 20% sobre sua conta de energia elétrica, você saberá o custo fixo. Ao aplicar 80% sobre o total da energia gasta, sabe-se o custo variável.
E como chegar nesses valores separados? Avaliando o consumo de cada equipamento utilizado.
A ideia que aplicamos para a energia elétrica também pode ser aplicada aos telefones, internet, água, gás, dentre tantos outros custos que estão envolvidos com as vendas, serviços ou produção dentro das empresas.
Mas para cada caso deve-se avaliar uma forma clara para fazer as medições.
Impostos sobre as vendas ou serviços
Como sabemos, são inúmeros os impostos e obrigações que fazem parte do dia a dia das empresas. Dentre tantos outros que permeiam a vida dos empresários no Brasil, os principais são:
- IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica
- IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
- IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
- ICMS – Imposto sobre circulação de mercadorias
- PIS – Programa de Integração Social
- COFINS – Contribuição para Financiamento da Segur. Social
- ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
- IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
- FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- INSS – Instituto Nacional de Seguro Social
Como regra, os impostos variarão conforme o montante faturado pela empresa.
Já as obrigações acessórias, terão um valor fixado conforme a folha de pagamento, por exemplo.
Em um DRE, a contabilidade apura os valores das vendas e, na sequência, deduz o valor dos impostos que elas geraram.
Assim, tem-se a receita líquidas das vendas, já com os impostos deduzidos.
Mas se desejarmos identificar os impostos junto aos custos, eles serão (na maioria dos casos) custos variáveis.
Tendo em vista que o imposto das vendas fixas não será pago em uma guia separada, mas sim agregado aos demais impostos gerados por vendas e serviços variáveis, a tendência é que eles sejam custos variáveis.
No entanto, se o gestor desejar saber quanto realmente sobrou de lucro referente especificamente as vendas de um período, não poderá considerar a parte do imposto que refere-se aos contratos fixos.
Já as obrigações assessórias como FGTS e INSS podem ser consideradas como custo fixo.
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